JESUS CRISTO NUNCA EXISTIU, OU, SE EXISTIU… — 17/07/2001
Jesus Cristo nunca existiu, ou, se existiu, não fez nada de excepcional que dizem ter feito. Só assim, pode uma pessoa ficar desconhecida, sem nenhum registro em seu tempo, como é o caso de Jesus, que se tornou conhecido como milagroso somente mais de quarenta anos após sua morte.
Jesus nasceu de uma virgem, curou doentes diversos, cegos, aleijados, dementes, etc. e até trouxe à vida pessoas que já estavam mortas. Isso é o que se crê hoje. Mas, remontando aos seus dias, isto é, o tempo em que se crê que ele viveu, nada foi encontrado sobre ele. Isso é algo por demais estranho.
Nos primeiros séculos do domínio romano, várias pessoas surgiram no meio dos judeus acreditando serem o libertador de Israel de que falaram antigos profetas. Todos foram assassinados, com exceção de um, que dizem ter apenas sofrido severo castigo e sido solto, por ser considerado apenas um maluco. Jesus teria morrido antes desse.
Historiadores registraram alguma coisa sobre esses vários indivíduos. Entretanto, o mais famosos deles, o próprio Jesus, que grande parte do mundo atual acredita ser realmente um salvador, ninguém mencionou eu seus dias.
Por mais que procurassem nas antigas bibliotecas e nos museus, nada encontraram de mais antigo sobre Jesus do que uns escritos bem posteriores à sua morte, e a análises cuidadosas verificaram falsificação, o que parece indicar que alguém estava interessado em inventar uma personagem. Parece que nada encontraram fora do meio cristão.
Não parece racionalmente aceitável que uma pessoa curasse doentes sem aplicação de medicamentos e isso não chamasse a atenção de ninguém dos seus dias. E o que dizer de alguém que conseguisse fazer um cego enxergar? Ressuscitar um morto, isso sim, seria suficiente para provocar um tumulto de repercussões internacionais. Mas ninguém registrou nada disso senão mais de quarenta anos após a morte desse Jesus. Isso é mais um indício muito forte da natureza fabular da vida e obra desse homem tão importante.
Alguns escritores não cristãos escreveram sobre ele, mas algo que deviam ouvir dos cristãos, porque todos nasceram bem após o tempo dado como o de sua morte.
Por exemplo, o historiador judeu Flávio Josefo que viveu ainda no primeiro século (nasceu no ano 37 ou 38 e participou da guerra contra os romanos no ano 70, escreveu em seu livro Antigüidades Judaicas:
“(O sumo sacerdote) Hanan reúne o Sinedrim em conselho judiciário e faz comparecer perante ele o irmão de Jesus cognominado Cristo (Tiago era o nome dele) com alguns outros” (Flavio Josefo, Antiguidades Judaicas, XX, p.1, apud Suma Católica contra os sem Deus, dirigida por Ivan Kologrivof. Ed José Olympio, Rio de Janeiro 1939, p. 254).
E mais adiante, no mesmo livro, escreveu Flávio Josefo:
“Foi naquele tempo (por ocasião da sublevação contra Pilatos que queria servir-se do tesouro do Templo para aduzir a Jerusalém a água de um manancial longínquo), que apareceu Jesus, homem sábio, se é que, falando dele, podemos usar este termo — homem. Pois ele fez coisas maravilhosas, e, para os que aceitam a verdade com prazer, foi um mestre. Atraiu a si muitos judeus, e também muitos gregos. Foi ele o Messias esperado; e quando Pilatos, por denúncia dos notáveis de nossa nação, o condenou a ser crucificado, os que antes o haviam amado durante a vida persistiram nesse amor, pois Ele lhes apareceu vivo de novo no terceiro dia, tal como haviam predito os divinos profetas, que tinham predito também outras coisas maravilhosas a respeito dele; e a espécie de gente que tira dele o nome de cristãos subsiste ainda em nossos dias”. (Flávio Josefo, História dos Hebreus, Antigüidades Judaicas, XVIII, III, 3, ed. cit. p. 254).
Tácito, historiador romano, também fala de Jesus. “Para destruir o boato (que o acusava do incêndio de Roma), Nero supôs culpados e inflingiu tormentos requintadíssimos àqueles cujas abominações os faziam detestar, e a quem a multidão chamava cristãos. Este nome lhes vem de Cristo, que, sob o principado de Tibério, o procurador Pôncio Pilatos entregara ao suplício. Reprimida incontinenti, essa detestável superstição repontava de novo, não mais somente na Judéia, onde nascera o mal, mas anda em Roma, pra onde tudo quanto há de horroroso e de vergonhoso no mundo aflui e acha numerosa clientela” (Tácito, Anais, XV, 44 trad, Gaelzer na Coleção Budé, apud Suma Católica contra os sem Deus p. 256).
Suetônio na Vida dos Doze Césares, publicada nos anos 119-122, diz que o imperador Cláudio “expulsou os judeus de Roma, tornados sob o impulso de Chrestos, uma causa de desordem”; e, na vida de Nero, que sucedeu a Cláudio, acrescenta: “Os cristãos, espécie de gente dada a uma superstição nova e perigosa, foram destinados ao suplício” (Suetônio, Vida dos doze Césares, n. 25, apud Suma Católica contra os sem Deus, p. 256-257).
Plínio, o moço, em carta ao imperador Trajano (Epist. lib. X, 96), nos anos 111 – 113, pede instrução a respeito dos cristãos, que se reuniam de manhã para cantar louvores a Cristo (Cfr, Suma Católica contra os sem Deus, p. 257)” .
Esses são textos em poder da Igreja Católica, que muitos cristãos apresentam como prova sobre Jesus. Admitindo que todos esses textos sejam autênticos, que não haja acréscimos feitos pela igreja, isso ainda não é prova sobre Jesus, porque todos esses escritores nasceram depois de sua morte, escrevendo o que ouviam dizer. O silêncio dos que viveram em seus dias é muito, muito eloqüente.
A igreja Católica afirmou ter uma carta de um emissário ao imperador romano falando desse Jesus, descrevendo-o com as características européias que vemos na sua figura pintada atualmente. Levando em conta que muitas falsificações da igreja foram descobertas e que um judeu daqueles dias jamais teria semelhante aparência, isso não pode ser aceito como autêntico, uma vez que nenhum registro que confirmasse algo sobre ele foi encontrado fora dos da igreja.
Atualmente, A revista Galileu apresentou uma matéria que diz o seguinte: “Mas, aos poucos, historiadores, lingüistas, arqueólogos e teólogos juntaram evidências de que, em Belém ou em Nazaré, no ano 7 ou 6 ª C., nasceu Yeshua Bem Yossef (Jesus filho de José, em aramaico), que por volta do ano 30, sob as ordens do procurador romano Pôncio Pilatos, fora condenado à morte por crucifixão, pena aplicada somente aos que eram considerados contrários à ordem estabelecida por Roma” (Galileu especial nº 2, agosto/2003, pág. 10).
A revista, no entanto, não informou que tipo de fontes forneceram tais “evidências”, que trazem dúvida até quanto ao seu lugar de nascimento, nem diz as datas delas. Mas, parece que historiadores chegaram com isso à conclusão de que ele realmente existiu.
Admitindo que ele tenha mesmo existido, somos obrigados a descartar por completo seus milagres. Se houve registro do seu nascimento e da sua morte por contrariar a ordem estabelecida pelo império romano, mas nada foi dito sobre ele fazer curas, isso nos soa como nada mais do que dados acrescentados décadas depois para convencer o povo de ser ele um homem-deus.
O maior indício do caráter mitológico dos prodígios de Jesus é a afirmação de que ele curava os loucos expulsando os demônios que estariam sobre eles. Hoje se sabe que loucura decorre de uma deficiência mental tão concreta como uma cegueira ou uma surdez, passível de explicação científica. Nada de demônios ou outra coisa sobrenatural. Como um estudioso do cérebro poderia engolir essa?
Se curar louco com expulsão de demônio é pura crendice, nem precisamos falar nada sobre ressuscitar mortos.
A conclusão mais lógica sobre Jesus é de que, se ele tiver existido mesmo, ele foi simplesmente um dos vários heróis que quiseram libertar os hebreus de seus dominadores imaginando ser um enviado do deus em que eles crêem. Ele não terá feito nada além do que qualquer outro humano pudesse fazer. Se o tivesse feito, isso teria sido lembrado por alguém fora do meio cristão. Acrescente-se a isso o fato de que todos os textos utilizados nos evangelhos e epístola para convencer o mundo de que Jesus era o predito messias foram escancaradamente desviados de seus contextos.
As evidências dizem que, ou Jesus Cristo nunca existiu, ou, se existiu, não fez nada do que dizem ter ele feito.