Você tem Fé?

OITO DESCONCERTANTES PERGUNTAS SOBRE AS VERDADES DIVINAS — 28/07/2001

1. Por que Deus falou com Noé, Abraão, Isaque, Jacó, Davi e outros e não fala conosco?

2. Por que os milagres só acontecem muito distante de nós ou ocorreram em época muito remota?

3. Por que um deus bom (Salmos, 34:8), perfeito (Mateus, 5: 48) e justo (Salmos, 145: 17) “vinga a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e a quarta geração” (Deuteronômio, 5: 9)?

4. Por que Jeová, Deus criador de todas as coisas, não informou a Davi que o sol não “principia numa extremidade dos céus, e até a outra vai o seu percurso” (Salmos, 19: 4-6)?

5. Por que Cristo disse que “as estrelas cairão do firmamento” (Mateus, 24:29)? Seria possível as estrelas do céu caírem “pela terra como a figueira, quando abalada por vento forte, lança seus figos verdes” (Apocalipse, 6:13)?

6. Por que os escritores bíblicos falam de “quatro cantos da terra” (Apocalipse, 7:1; 20:8), embora seja ela é redonda?

7. Por que as profecias se cumpriam no passado até determinada época, perdendo posteriormente os rumos da história?

8. Por que a Bíblia informa que todas as coisas vieram a existir há mais ou menos seis mil anos, sendo criadas em um período literal de sete dias (tardes e manhãs – Gênesis, 1: 1-31; 2:1)?

1- Deus falando aos homens. Inicialmente, imaginei que o mundo atual estivesse abandonado, não sofrendo qualquer interferência de Deus ou do Demônio, pois nada via de sobrenatural. Analisei algumas coisas que pessoas chamavam de assombrações, diziam ser espíritos desencarnados, nada encontrei que não fosse resultante de impressões fantasiosas vindas aos olhos e mentes de pessoas que imaginavam tais coisas espirituais. Não encontrei qualquer manifestação divina. É de se notar também que cada prodígio divino escrito na Bíblia foi relatado muito tempo depois do tempo em que dizem ter acontecido. Ver O MAIS FAMOSO CONTO DO MUNDO.
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2- Os milagres. Fala-se muito em milagres. Todavia, as vezes que tive oportunidade de averiguar tais prodígios, não encontrei nada que não fosse produto de desconhecimento do mecanismo dos acontecimentos. Eu próprio, quando criança, acreditei que estava sendo curado, ante uma brincadeira de minha irmã, e tive um resultado surpreendente. Não discordo, pois, da hiperbólica frase “a fé remove montanhas”, que é o poder do pensamento positivo, a grande força da nossa mente. Mas determinados prodígios nunca foram comprovados. Ver COMO SE FORMAM OS PRODÍGIOS DIVINOS.
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3- Vingar dos pais nos filhos. Ellen Gould White, com sua grande habilidade de adaptação das afirmações bíblicas, escreveu:
“É inevitável que os filhos sofram as conseqüências das más ações dos pais, mas não são castigados pela culpa deles, a não ser que participem de seus pecados. Dá-se, entretanto, em geral o caso de os filhos andarem nas pegadas de seus pais. Por herança e exemplo, os filhos se tornam participantes do pecado do pai. Más tendências, apetites pervertidos e moral vil, assim como enfermidades físicas e degeneração, são transmitidos como um legado de pai a filho, até a terceira e quarta geração. Esta terrível verdade deveria ter uma força solene para restringir os homens de seguirem uma conduta de pecado”. (Patriarcas e Profetas, p. 312).

Todavia, o registro de I Reis 11:34, 35 confirma a literalidade do segundo mandamento e refuta o argumento de E. G. White: “Todavia não tomarei da sua mão o reino todo; mas deixá-lo-ei governar por todos os dias da sua vida, por amor de Davi, meu servo, a quem escolhi, o qual guardou os meus mandamentos e os meus estatutos. Mas da mão de seu filho tomarei o reino e to darei a ti, isto é, as dez tribos” Jeová estaria vingando a idolatria de Salomão no seu filho, nos termos do segundo preceito.

Resquício dessa justiça primitiva chegou até quase os nossos dias, atingindo os filhos e netos de Tiradentes. Seu julgador sentenciou: “declaram o réu infame, e seus filhos e netos, tendo-os, e os seus bens aplicam para o Fisco e Câmara Real”. Foi mais clemente do que o deus de Israel, injustiçando apenas os filhos e netos. Felizmente nossa atual Constituição, de modo diverso, afirma: “Nenhuma pena passará da pessoa do condenado”.

O estranho comportamento de Jeová constante do segundo mandamento claramente reflete a concepção tacanha de justiça da civilização hebraica da idade clássica. Ver O HOMEM CRIOU DEUS À SUA IMAGEM E SEMELHANÇA.
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4- O pensamento divino era o do homem. Como qualquer outro escritor bíblico, Davi escreveu segundo o que imaginava o homem de então, dando prova de que não havia nenhum ser onisciente norteando a sua consciência. Se houvesse, ele não se teria enganado. Você consideraria confiante um cientista que hoje descrevesse o sol girando em torno da terra? Só mesmo as civilizações mais primitivas podem aceitar tal afirmação hoje. Ver O VERDADEIRO YAVÉ.
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5- Ele achava que as estrelas fossem pequenas. Aí está a mais claudicante afirmação divina. O Filho de Deus, o Deus Filho, aquele que é o “caminho, a verdade e a vida” afirmar que regressará à Terra para buscar seus seguidores após as estrelas do firmamento caírem sobre a terra é um violento terremoto a abalar os fundamentos da fé de quem pensa nos fatos segundo o conhecimento astronômico ao alcance o homem do século XX. Uma única estrela, ainda que das mais diminutas, passando alguns milhões de quilômetros do nosso planeta seria suficiente para eliminar toda a vida terrena. Como podemos esperar as estrelas caírem do céu pela a terra como a figueira, quando, abalada por vento forte, lança seus figos verdes, e depois sermos arrebatados pelos anjos e transportados para o céu? Ver O QUE JESUS PENSAVA DAS ESTRELAS,
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6- Eles achavam que o mundo fosse quadrado. Nos dias do começo do cristianismo, ainda não se conhecia a esfericidade da Terra. A imaginação humana da época era de um mundo quadrado, onde pudéssemos encontrar quatro cantos. Ao fazer menção a quatro cantos da terra, os escritores bíblicos justificam mais uma vez a dúvida sobre a veracidade das suas afirmações insuscetíveis de análise científica. Ver UM MUNDO QUADRADO – A FÉ QUE MATA.
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7- As profecias coincidem até o tempo em que os evangelhos foram escritos. Até o primeiro século da nossa era cristã, as previsões se enquadram muito bem aos fatos. O surgimento e a morte de Cristo, seguidos do cerco e destruição de Jerusalém, se acham em perfeita harmonia com uma das interpretações da cronologia apresentada nas profecias de Daniel. Contudo, duração do período de destruição do povo santo, o tempo dos gentios, a grande tribulação, o domínio da besta, que era a figura do Império Romano dispersando os judeus pelo mundo, não se enquadrou aos rumos da história nos tempos posteriores, como mostrado em A Arriscada Pretensão de Saber o Futuro. Aí surge a dúvida: será que o livro de Daniel foi escrito seiscentos anos antes do início do cristianismo mesmo? Os próprios evangelhos, que mencionam o cerco de Jerusalém como o início da grande tribulação, já foram escritos após o cerco de Jerusalém: “Um grupo de pesquisadores americanos reunidos sob o rótulo de Seminário de Jesus irrompeu recentemente na cena dos estudos religiosos sustentando que o trabalho dos quatro evangelistas, Mateus, Marcos, Lucas e João, não tem valor como prova material da existência de Cristo. O quarteto escreveu suas versões entre quarenta e 100 anos depois da morte de Jesus, e são as fontes mais próximas do mestre da Galiléia.” (Revista Veja, 15/12/1999, pág. 170). Ver O FUTURO NA CABEÇA DE NABUCODONOZOR – DANIEL VIU O FIM…
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8- O deus de Israel dizia o que os israelitas imaginavam. Alguns religiosos tentam adaptar a linguagem dos seis dias da criação, afirmando que são seis grandes períodos geológicos. Todavia, a afirmação “foi a tarde e a manhã o primeiro dia”, o segundo, o terceiro, o quarto, o quinto, … mostra com muita clareza a imaginação do homem antigo de que esse mundo teria apenas alguns milhares de anos. Reforça essa idéia o preceito da observância do Sábado, onde está escrito: “seis dias trabalharás… mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus… porque em seis dias fez o Senhor os céus, a terra, o mar e tudo que neles há…” (Êxodo, 20: 9-11). Aí está a questão: aceita-se a Bíblia ou se aceitam as comprovações arqueológicas.
Ao pensar na resposta para essas oito perguntas, não consegui encontrar a inspiração divina que tanto buscava, mas me vi diante das limitações humanas, que à época da Bíblia eram muito maiores do que as nossas atuais.
(Do livro “Ateu Graças a Deus”). Ver PROVA DA INEXISTÊNCIA DE DEUS.
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Bom tempo depois da edição do livro foi que encontrei matérias mais esclarecedoras e confirmadoras das minhas suspeitas.